Crescer em Ama: uma alternativa à creche

Quando temos um bebé a caminho, ou que já nasceu, começamos a planear como vamos fazer após os meses de licença. 

As amas são uma resposta social, dos 0 aos 3 anos, tal como a creche, e que pode acolher até 4 crianças. Qualquer ama, para o ser de forma legalizada, precisa de submeter um pedido de autorização para o exercício da atividade à Segurança Social. Este processo, que tanto avalia o espaço físico, como a ama em si (por exemplo, a sua formação), é regulamentado pelo Decreto-lei n°115/2015. Tendo a autorização, a ama tem dois caminhos: pode ser Ama em Creche Familiar, prestando serviços a uma IPSS, ou pode ser Ama em Regime Livre (trabalhadora independente), que é o meu caso.

O meu projeto, Crescer à Descoberta, nasceu após 13 anos como educadora em creche. Estes anos de trabalho, ajudaram-me a chegar e ajustar a visão que tenho da infância, modificando o meu olhar. Acredito que devemos olhar para a criança como alguém inteiro e a quem devemos respeito, e também, que até aos 3 anos a criança beneficia em larga medida de um contexto o mais semelhante à família. 

Assim, nasceu e cresceu este sonho, na zona de Aveiro – Gafanha da Nazaré, que tem como pilares o brincar livre,  o contacto com a natureza, proporcionando autonomia, uma alimentação cuidada e um ritmo mais lento, dando tempo às descobertas das crianças, tudo isto proporcionando cuidados respeitosos e estando atenta às necessidades e interesses de cada um.

Quando procuramos um espaço para os nossos filhos, é importante percebermos se está alinhado com aquilo que queremos para a educação e crescimento deles. Deixo algumas sugestões de perguntas, mas temos sempre de sentir quais são aqueles temas inegociáveis para nós e que fazem sentido na nossa família,

– Como é feito o período de vinculação? Tem a presença de um adulto de referência? Como é a interação dos adultos com a criança? 

– Como é a alimentação? Há açúcares adicionados e processados? O bebé é obrigado a comer? É lhe permitido explorar a comida?

– Como é feito o desfralde? Os ritmos da criança são respeitados?

– E as sestas? As rotinas e horários são muito rígidos ou são respeitadas as necessidades das crianças? 

– Há espaço exterior? É utilizado? É incentivado o brincar livre? A concentração da criança é respeitada ou está sempre a ser interrompida e encaminhada para outras atividades?

Estes são alguns dos aspectos que para mim são importantes; antes de irem conhecer qualquer espaço pensem na vossa lista! E mais uma coisa, acredito que mais importante do que qualquer espaço bonito ou não, são as pessoas que lá estão que fazem a diferença! 

Deafio-vos a virem conhecer o meu projecto em @cresceradescoberta.ama e se quiserem conhecer outros projetos de Amas em Regime Livre, podem consultar a página de Instagram da Cuid’Ama – Associação de Amas em Regime Livre, @cuid.ama

Foto de Harry Grout

Rita Arvins