A irrigação ou lavagem nasal com uma solução salina (como por exemplo o soro fisiológico ou a água do mar) limpa e humidifica a superfície mucosa nasal e fluidifica as secreções, ajudando, assim, a restabelecer as funções do nariz e permite a remoção de partículas irritantes e microorganismos que podem causar irritação, inflamação ou mesmo infeções. Assim, a lavagem nasal está cientificamente aconselhada em múltiplas situações, quer em adultos como crianças, nomeadamente:
– Obstrução nasal por excesso de muco ou acumulação de secreções
– Rinites e Rinossinusites infeciosas (por virus ou bactérias)
– Rinites ou Rinossinusites não infeciosas (secundária a alergias, por exemplo)
– Cuidados após cirurgia nasal ou cirurgia às adenoides
– Higiene das fossas nasais antes da administração de medicação
É sobretudo importante em crianças mais pequenas que ainda não conseguem assoar o nariz para eliminar as secreções.
No mercado existem vários tipos de soluções salinas e dipositivos para a realização destas lavagens nasais. Dentro do tipo de soluções salinas existem as águas isotónicas (por exemplo soro fisiológico) e hipertónicas, tendo as primeiras uma concentração de sais igual à do nosso organismo e as segundas uma concentração superior. A concentração de sais relaciona-se com a capacidade que água tem para descongestionar a mucosa do nariz, sendo que a água nasal hipertónica apresenta uma capacidade superior e está, assim, sobretudo indicada em casos de nariz entupido com secreções espessas. As soluções isotónicas são preferidas como forma de prevenção e lavagem nasal diária.
Relativamente aos dispositivos utilizados para a sua realização, existem três grandes grupos: Os sprays nasais (por exemplo o Rhinomer®, Rezimar®, Nasomar®, entre outros. São produtos já incluem a água do mar e o aplicador), as seringas (geralmente utilizadas com soro fisiológico, sendo que existem já kits à venda com seringa um adaptador que facilitam uma descarga mais segura para a narina) e os irrigadores nasais (que consiste num frasco semelhante a uma garrafa com um irrigador adaptado, como por exemplo o Rhinodouche®).
Em idade pediátrica as seringas com um aplicador nasal ou os sprays nasais acabam por ser práticos, mais toleráveis e com menor risco de complicações associadas. Com os irrigadores nasais, a lavagem nasal é realizada sob maior pressão e volume, estando sobretudo indicado em crianças mais velhas (idade mínima 2 anos) e em situações de obstrução nasal acentuada. Como método de lavagem nasal diário para limpeza nasal não está muito aconselhado uma vez que a pressão aumentada poderá levar à subida da solução salina até ao ouvido, aumentado o risco de otites médias infeciosas por acumulação de líquido dentro do ouvido. Assim, a utilização destes dispositivos está sobretudo indicada em situações de excesso de muco e secreções espessas, geralmente em contexto infecioso.
A frequência e a duração das lavagens nasais variam conforme as necessidades individuais. É possível realizar a irrigação uma ou duas vezes por dia de forma contínua como método de limpeza nasal diária. Em períodos de agudizações com secreções nasais abundantes podem ser necessárias lavagens mais frequentes. A quantidade de solução salina a utilizar também deve ser adaptada à criança, sendo que em bebés até aos 6 meses de idade não deve ser superior a 5-10mL por narina. Aconselha-se, no entanto, a confirmação da frequência e quantidade de lavagem nasal a utilizar, bem como do dispositivo mais adequado, com o médico Otorrinolaringologista ou Pediatra, pois pode variar dependendo da situação clínica.
A frequência e a duração das lavagens nasais variam conforme as necessidades individuais. É possível realizar a irrigação uma ou duas vezes por dia de forma contínua como método de limpeza nasal diária. Em períodos de agudizações com secreções nasais abundantes podem ser necessárias lavagens mais frequentes. A quantidade de solução salina a utilizar também deve ser adaptada à criança, sendo que em bebés até aos 6 meses de idade não deve ser superior a 5-10mL por narina. Aconselha-se, no entanto, a confirmação da frequência e quantidade de lavagem nasal a utilizar, bem como do dispositivo mais adequado, com o médico Otorrinolaringologista ou Pediatra, pois pode variar dependendo da situação clínica.
Tecnicamente é importante perceber a forma correta de realizar as lavagens nasais para que sejam eficazes e com menor risco associado, devendo estas ser realizadas por um adulto. O mais adequado é fletir a cabeça para a frente sobre o lavatório e inclinar ligeiramente a cabeça para um dos lados, sendo que a solução salina deve ser introduzida na narina que fica mais acima de modo que a solução salina saia pela narina de baixo. Depois deve ser repetido o mesmo para o outro lado. No final deve ser assoado o nariz, se a criança colaborar. Em bebés mais pequenos, a posição da cabeça poderá ser a mesma, estando o bebé sentado ao colo virado para a frente. Devem ser restringidos os movimentos da criança para que esta não seja magoada durante a limpeza.
A trompa de Eustáquio, canal que liga o ouvido ao nariz identificada a violeta na imagem, é mais curta e horizontal nas crianças, portanto uma lavagem mais vigorosa poderá resultar na entrada de líquido para o ouvido através da parte de trás do nariz. Portanto, se a criança referir algum desconforto no ouvido ou se os pais notarem a saída de líquido pelo ouvido a seguir a fazer uma lavagem nasal, esta deve ser interrompida e deve procurar aconselhamento médico.
texto escrito por:
Dra Cátia Azevedo – Médica de Otorrinolaringologia do hospital de Braga